O verão do autista
- Liliam Cristina da Cruz Alves
- 28 de jun. de 2023
- 1 min de leitura

Misericórdia!!! É, tenho que começar reclamando porque não é fácil, não!
Moro em uma cidade litorânea e o verão é considerado o soberano amado de todos os seus cidadãos, menos para mim.
Me lembro de ser bem calorenta na infância, eu chegava a perder os sentidos em locais abafados e com muitas pessoas. Isso era considerado, equivocadamente pelos meus familiares como"fraqueza", pois com minha seletividade alimentar eu não comia nada bem e "vivia anêmica".
Na adolescência, que eu considero como tendo sido, com a ajuda dos hormônios, o período mais "neurotípico" da minha vida, não me lembro de sofrer muito com o calor ou frio a sensação era estável.
Na idade adulta tudo recomeçou e nunca mais parou. Falta de ar, pressão baixa, diarreia, suor excessivo, coceira, humor irritável são a minha realidade que só um ventilador potente ou um bom ar condicionado consegue melhorar.
A maioria das crianças autistas têm maior intolerância à sensação de calor, e quanto mais fatores sensoriais estressantes o ambiente propor, maior as chances de crises e mudanças de comportamento. Então é importante diminuir ao máximo os fatores que estão ao nosso alcance, além dos cuidados com o tipo de roupa à usar.
Essa disfunção sensorial não é um problema que afeta somente o espectro do autismo. Atinge, igualmente, pessoas com deficiências intelectuais. Mas a questão principal é que, naturalmente, pessoas dentro do espectro possuem mais sensibilidade. Por isso, podem ter reações ruins quando entram em contato com o elemento que causa essa irritação.
Ajuda a amenizar:
- roupas frescas, macias e sapatos leves;
- hidratação reforçada;
- bebidas geladas ou frescas;
- ventilador e ar condicionado quando possível;
- roupas de cama e toalhas macias;
- alimentação leve;
- sorvetes e sobremesas geladas;
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