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Diagnóstico tardio não é inútil

  • Foto do escritor: Liliam Cristina da Cruz Alves
    Liliam Cristina da Cruz Alves
  • 11 de jun. de 2023
  • 1 min de leitura

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Foram 48 anos. Dez pelo menos flertando com a possibilidade de ser autista. Eu lia, via personagens em séries e pensava - Será? Desde a infância a ansiedade altíssima me acompanha. Eu vomitava sempre na porta da escola quando voltavam as aulas depois das férias, tinha desde sempre TPS e fobia social. A seletividade alimentar era muito forte e só fui aceitar todos os alimentos depois do nascimento do meu filho que hoje tem 19 anos. Fui diagnosticada com ansiedade e depressão em 2008 e desde então segui em tratamento medicamentoso e terapia. Eu cheguei a pensar que era melhor não estar viva, tamanha a dor e angústia de não me sentir bem em nada. Nos últimos dois anos uma mudança brusca (que deveria ser boa) no meu trabalho me jogou no chão. Todos os meus sintomas ficaram insuportáveis e as características autistas já não podiam ser ocultadas. Eu estava em crise constante e extremamente deprimida. Busquei o diagnóstico e acho que essa foi a porta que me salvou. O autismo virou mais um hiperfoco no desespero de me entender. Foi um alívio, afinal tudo tinha explicação, mas sei que é só o começo, existem muitos traumas e questões a serem trabalhadas e esse esforço deve durar o resto da minha vida. Não é inútil o diagnóstico tardio, ao contrário, é libertador e pode salvar vidas.

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