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Austismo - Diagnóstico tardio - Deixando o masking

  • Foto do escritor: Liliam Cristina da Cruz Alves
    Liliam Cristina da Cruz Alves
  • 19 de jun. de 2023
  • 2 min de leitura

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A namorada do meu filho é a primeira pessoa a me conhecer sem o masking. Não quer dizer que eu não faço mais, ainda estou me libertando, principalmente para as pessoas que conheceram minha versão cosplay neurotípica.


O lance é que eu me sinto confortável com ela (a namorada dele) para não ter que fingir quando não estou OK, me sinto despreocupada em parecer boba ou distraída e o melhor, estou sendo quem eu gostaria de ser com todo mundo porque sei que não serei julgada. De alguma forma percebo nos olhos dela que ela vai me aceitar de qualquer jeito e isso é raro com pessoas fora da família.


Abandonar o masking é um processo que estou vivendo agora e cada vez mais "pareço autista". Estou, aos poucos, relaxando minha expressão sem o sorriso obrigatório que eu mantinha, a ponto de me dar dores na mandíbula. Abracei meus stims e começo a perceber mais alguns que eu não tinha notado. Não vou a lugares que não quero e não me relaciono com pessoas que não quero. Parei de performar interesse em coisas irrelevantes só para socializar. Percebi que não tenho mais uma atitude sôfrega de quem precisa se encaixar.


Falta muito ainda, grandes desafios virão por aí, principalmente em situações sociais inevitáveis, mas o pouco que já comecei a desvestir me trouxe alguma leveza e diminuiu o cansaço da atuação constante.


E porque eu fazia tudo isso? Porque foi assim que entendi o mundo e achei que todas as pessoas viviam deste modo.


O masking pode ser uma estratégia de defesa e necessário ainda em situações pontuais numa sociedade como a nossa, mas quanto mais nos libertamos dele, mais evitamos muitos problemas como a exaustão, crises de ansiedade e a depressão.


É isso.

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